sábado, 6 de novembro de 2010

Autobiografia ou a incapacidade de sentir

Não sei nada de magia, não sou a mais bela do mundo. Não tenho o cabelo daquela maneira, mas da minha. Sei como sou, sempre senti que o era. Logo, desde nova, percebi que algo de errado se passava: tinha nascido eu. O meu eu mundano, sê-lo-ei, infelizmente, eternamente. Até metade de trinta anos de idade, dez mais cinco, menos dois do que tenho agora, não sabia que errado era em mim. E finalmente percebi que não gostava desse pueril, vil, venéreo e inconstante ser chamado homem, por si só, mas gosto. Também dele, mas descobri-as. Até hoje não sei, sei que todos mo dizem, que sim, realmente encontrei o meu ser por descobrir. Sou-o.


Durante muito tempo caminhei sozinha, uma mão a balançar e a outra no bolso, a descansar, ou talvez a brincar. Um dia encontrei alguém todo ou nada real, que amei como quem ama um computador, queria saboreá-lo. A ela mas não toda. Mas não acabou e terminou por fim, agora que encontrei alguém que me ama como quem ama as estrelas, e apesar de ser desses de quem duvidei gostar apenas, eu sei-o e sinto-me assim, completamente certa. Um dia era assim e sou. Adoro-me e vejo quem sou, sei tudo desde que cheguei e não sei. E assim permanecerei, incapaz e segura, feliz.

1 comentário:

AndrC disse...

uau, está mesmo lindo!*.*
não tens de agradecer por seguir o teu blog^^ faço-o porque dizes as coisas que queres dizer e que devem ser ditas! xP um dia eu tambem o farei ;)
bjnhs, novamente, gostei bastente!:D